Fotomicrografias de Meteoritos
Maria Elizabeth Zucolotto
Ariadne C. Fonseca
Loiva L. Antonello
Os condritos são meteoritos rochosos não diferenciados, ou seja, nunca foram fundidos no interior de um planeta ou grande asteroide. São os objetos mais antigos que conhecemos. Possuem de 4,55 a 4,6 bilhões de anos, que é a idade aproximada do sistema solar. Eles são considerados amostras de matéria dos primórdios do sistema solar.
Os constituintes mais abundantes dos condritos são os côndrulos, minúsculos corpos de origem ígnea, formados por fusão parcial ou total durante o período de acreção.
Os condritos são tipicamente definidos como meteoritos que possuem côndrulos (pequenas esferas de 1-2mm), no entanto isso é uma informação equivocada, uma vez que existem condritos que são possuem côndrulos. Condritos são meteoritos rochosos que possuem composição solar (mais ou menos voláteis) e são provenientes de corpos asteroidais ou cometários que não sofreram diferenciação magmática. Os demais tipos de meteoritos, exceto os sideritos não magmáticos e acondritos primitivos, foram geologicamente diferenciados ou reprocessados pela fusão e recristalização de materiais do tipo condrítico no interior dos corpos planetários.
Diferenciação é o processo pelo qual uma mistura de composição homogênea se separa em várias fases com diferentes composições químicas. No caso dos planetas como a Terra, formaram-se pela acumulação de um material inicial de composição solar como os condritos. Estes corpos se aqueceram gradualmente devido a choques, decaimentos radioativos e compressão gravitacional. O calor gerado foi suficiente para fundir, fracionar e separar em camadas distintas o material condrítico original. As porções mais densas como o ferro-níquel e alguns metais mais nobres, como o ouro, platina e irídio, migraram para o núcleo e silicatos mais leves flutuaram para as camadas mais externas, o manto e a crosta.
Um corpo totalmente diferenciado é composto de um núcleo de ferro, um manto de silicatos ferromagnesianos, uma crosta basáltica e uma atmosfera gasosa. Esta última tende a se dissipar nos corpos menores, que não possuem atração gravitacional suficiente para retê-la.
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Imagens de pesquisas em Meteorítica gentilmente cedidas pelas pesquisadoras e professoras Maria Elizabeth Zucolotto, Ariadne C. Fonseca e Loiva L. Antonello, do Departamento de Geologia da UFRJ e do Museu Nacional da UFRJ. Estas imagens, assim o texto, integram o livro Decifrando os Meteoritos, de autoria das três pesquisadoras e publicado pelo Museu Nacional UFRJ em 2013.